Aqui na pimpumplay sentimos os
adultos (sobretudo os pais) cada vez mais ansiosos com as aprendizagens dos
miúdos, procurando antecipar os tempos naturais que cada criança leva para
aprender (tempos esses que variam naturalmente de criança para criança). A
linguagem e consequentemente a leitura são as áreas onde notamos que esta
ansiedade é maior, talvez pela exigência da sociedade onde abundam
“informações” escritas por todo o lado.
Se tem um pequenote a seu cargo
mantenha a calma! Mesmo com as “imposições” frenéticas oficiais, uma criança só
deve aprender a ler de forma autónoma por volta dos 7 anos e há muito, mas
mesmo muito para aprender até chegar ao ponto de maturidade necessária para
aprender a decifrar letras e seus significados. Lembre-se que saber o nome das
letras aos 3 anos não garante que a criança seja um leitor prematuro e que
também não é indicador de que uma criança seja mais “inteligente” do que outra
que ainda não o faz (nem tampouco o é aos 7 anos!).
Aprender a ler deve ser uma etapa
natural, resultante da maturação de estruturas cerebrais complexas (que levam o
seu tempo) e, não menos importante, duma certa necessidade e motivação
intrínseca da criança em decifrar para aumentar o seu conhecimento sobre o mundo.
Respire fundo, leia as 15 dicas que lhe deixamos de seguida e veja se alguma
lhe faz sentido na relação com os seus pequenotes!
1-Brincar,
brincar, brincar! Experimentar objetos, texturas, funções, de forma mais
diversificada possível é uma garantia de que a criança… terá possibilidades: de
procurar e partilhar significados, de querer ir “mais à frente”, conhecer um
pouco mais na segurança da brincadeira, até chegar aos conceitos cada vez
abstratos e complexos!
2-Leia em
Voz Alta para o seu filho diariamente. Desde o nascimento. Mesmo nos primeiros
meses, em que ele não vai entender nada do que está a ouvir, leia; quanto mais
sons diferentes, melhor. A ideia é que ele fique familiarizado com o som de sua
voz e se acostume a ver e a tocar em Livros.
3-Para
começar use Livros Ilustrados e, de preferência, sem textos
ou com poucas palavras. Aponte para as cores e figuras e diga os seus nomes,
sem esperar que a criança repita. Os brinquedos desempenham aqui uma função
muito importante, sobretudo a partir da altura em que a criança começa a aceder
ao jogo simbólico/ faz de conta (entre os 2 e os 3 anos).
4-Conte
Histórias. Encoraje a sua criança a falar sobre a história que acabou de ouvir
(e eventualmente a fazer perguntas). Pergunte-lhe se consegue adivinhar o que
vai acontecer em seguida com as personagens, à medida que for contando a
história. Aponte para as coisas no livro que ela seja capaz associar com o seu
dia-a-dia. "Olha este desenho do avião. Lembras-te do avião que
vimos no outro dia?"
5-Incentive o “faz de conta que estou a ler”, escutando
histórias que a criança queira partilhar consigo, por muito disparatadas,
curtas ou descontextualizadas que pareçam ser. Resista ao instinto de corrigir.
Isto quer dizer que umas vezes serão os pais a ler a história e outras poderá ser a criança. Nestas, a criança estará a atribuir significado às letras; ainda que este não seja o real significado/ valor é uma aproximação simbólica que ajuda a criar rotinas e mapas mentais.
Isto quer dizer que umas vezes serão os pais a ler a história e outras poderá ser a criança. Nestas, a criança estará a atribuir significado às letras; ainda que este não seja o real significado/ valor é uma aproximação simbólica que ajuda a criar rotinas e mapas mentais.
6-Deixe os
livros acessíveis. Se tem lá por casa “pérolas” que não quer ver
rasgadas ou riscadas, coloque-as em prateleiras mais altas. No entanto
assegure-se de que a criança tem acesso a livros para folhear, imaginar e
inventar. Mesmo os rabiscos e rasgões darão boas recordações para um dia mais
tarde recordar.
7-Permita que o seu filho brinque com letras: recortar
revistas e jornais velhos, desenhar, utilizar brinquedos… tudo é válido, sem
pensar em “LER” ou sequer repetir o nome das letras até à exaustão! Deixe a
criança explorar livremente; quando chegar o tempo ela irá querer saber o que
querem dizer aquelas letras e aí estará cumprido pelo menos 75% do caminho da
aprendizagem!
8-Permita que a criança escreva, mesmo que ainda não
saiba fazê-lo. Para isso, deixe à sua disposição papel e lápis. Se
ela rabiscar algo e lhe mostrar, dizendo que escreveu, pergunte o que está
escrito. Depois, anote o que ela lhe disser logo abaixo das representações
dela. Controle o impulso de comentar ou explicar que não é assim que se escreve
tal coisa.
9-Aproveite todas as oportunidades para escrever o
nome da criança. Há muitos pedagogos que afirmam que o nome próprio é
como o primeiro alfabeto da criança. É através dele que ela vai ter um contacto
mais consistente com um conjunto restrito de letras, numa ordem determinada e,
com o tempo, passará a reconhecê-la em outras palavras: por exemplo, o João vai
reconhecer o seu nome na mochila do amigo com o mesmo nome; ou a Mariana vai
reconhecer as letras M, A e R da palavra que está no livro “A menina do MAR”.
Isso é importante para que ela aprenda a ler cada vez mais palavras que tenham
esse mesmo começo e passe a se arriscar na leitura.
10-Chame a atenção do seu filho para palavras que
aparecem em rótulos de produtos (a partir dos 4/ 5 anos). Mostrando
um pacote de leite, diga: "olha, aqui está escrito LEITE", apontando
a palavra. Fazendo isso estará mostrando que os sinais que ele vê por toda a
parte têm um significado. Incentive-o também a se arriscar na leitura. Isso é o
que os profissionais da área de educação denominam de ler sem saber ler.
11-Se
permitir que o seu filho brinque com o computador ou tablet, não
lhe apresente apenas jogos, músicas e vídeos do youtube. Incentive-o a explorar
o teclado!
12-Compre ou
construa um Dicionário Ilustrado. Comece a desenvolver o hábito
de, brincando com a criança, provocá-la dizendo frases como: "Vamos
descobrir o que isto significa?"
13-Visite a
biblioteca local com frequência. Crie uma rotina de visita à
biblioteca ou livraria desde cedo. Solicite o seu próprio cartão de acesso e
empréstimo de livros. Muitas bibliotecas permitem que a criança tenha seu
próprio cartão personalizado com seu nome impresso, exigindo apenas que um
adulto seja o responsável e assine por ela.
14-Brinque
com rimas. Elas ajudam a adquirir consciência fonética e a reconhecer as letras,
além de ensinarem as palavras básicas. Leia rimas de canções para bebés, e
depois faça listas fáceis de rimar, como não, pão, balão. A criança vai começar
a reconhecer padrões de sons presentes quando determinadas letras aparecem juntas
- neste caso, o som do par de letras ‘ão’.
15-Leia...
de si para si! Dê o exemplo... aprecie as letras dos seus
livros e revele essa magia aos seus miúdos!